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quinta-feira, dezembro 22, 2005

Cartas ao Pai Natal



Nunca acreditei no Pai Natal.

Sou uma miúda oriunda do meio rural, que viveu uma infância repleta de dificuldades económicas. Desde cedo, ensinaram-me a ter os pés bem assentes na terra e a desacreditar nas coisas fáceis e que caem sem lutarmos por elas.

A minha mãe veio da família mais pobre da aldeia, filha de um pastor (bastante inteligente, mas um boémio sonhador) e de uma mãe sem instrução e trabalho. A isto juntaram-se oito irmãos e uma infância conturbada.

Talvez por isso sempre me tivesse ensinado o valor da vida e a conquista “a pulso” das coisas.
Quando todas as minhas amigas brincavam com bonecas, eu limitava-me a ter os assobios de cana, executados pelo meu avô na perfeição.

Julgo que tive a minha primeira boneca já na adolescência, de nada me valia pedir ao Pai Natal.
Mas hoje a realidade é diferente, tenho quase tudo o que uma mulher poderia desejar.
Nunca temos tudo o que desejamos!
Tanta coisa que tenho e não dou valor… outras ambicionariam, estou certa disso!
Por isso a vida compensou-me em alguns aspectos, não tenho dúvidas. Compensou-me muito! E hoje, tenho orgulho na minha infância e admiro o sacrifício feito pela minha família.
Por isso de nada serve sonharmos ou pedirmos presentes ao Pai Natal.

Eu já pedi o meu presente, claro que pedi!
Mas pedi para mim própria. Agora não espero um embrulho no dia 24 ou 25 de madrugada.
Tal como a minha mãe sempre me ensinou… tenho que lutar e traçar o caminho para o conquistar.

Por isso tracem os vossos caminhos, sejam genuínos, conquistem, lutem e ….
Tenham um Bom Natal

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