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segunda-feira, novembro 21, 2005

Idosos

No seio de tanta notícia, hoje encontrei uma que chama a atenção para a problemática da carência de politicas sociais para a terceira idade.
É certo que esta carência não se verifica somente nesta camada etária, verifica-se noutras, não só etárias para também sociais.
Parece que o nosso pais tem vivido um pouco adormecido.... e as chamadas de atenção e alertas tem sido muito reduzidas.
Não que esta notícia, apresente algo de novo... mas alguém chama a atenção. Alguem faz uma tentativa para desviar os olhares das notícias sempre habituais.



"A solidão, e o isolamento que ela determina, os problemas acrescidos de saúde (físicos e psicológicos) e também a pobreza, que reduz drasticamente a qualidade de vida, fazem dos idosos um grupo populacional especialmente desprotegido em Portugal. Sobram o abandono, mas também a falta de políticas sociais concertadas para atacar os problemas.

Empurrada para uma espécie de hibernação social, uma parte da população idosa vive entregue a si própria, com carências financeiras que se reflectem numa alimentação deficiente e em falta de medicamentos, e carências relacionais que lhes empobrecem os afectos.

Esta é, aliás, uma realidade que tende a agudizar-se nos próximos anos, com o crescimento previsto da população idosa, até porque "não há vislumbre, por enquanto, de políticas sociais, de saúde e de solidariedade devidamente articuladas, que permitam uma abordagem global desta problemática", afirma o psiquiatra, e presidente da Associação de Psicogerontologia, Marcelo Feio.

A sociedade portuguesa sofreu grandes mutações nas últimas décadas, e uma das facetas mais marcadas dessa mudança foi o envelhecimento rápido da população. A juntar a isso, o suporte tradicional, que até muito recentemente era a família, está também ele a evoluir para um modelo mais "europeizado", em que as gerações mais velhas acabam por perder a proximidade (e o apoio) dos filhos e dos netos. Se se juntar a este quadro a fragilidade económica que domina a maioria da população idosa (65% vive exclusivamente das suas pensões e mais de 70% confessa-se insatisfeito com a sua capacidade económica), o quadro geral é pouco animador.

Planear um futuro mais risonho passa, na opinião de Marcelo Feio, "por uma política interministerial integrada, que englobe apoios na saúde, mais equipamentos sociais e acessibilidades, e redes de solidariedade e relacionamento que, em conjunto, permitam um maior bem-estar físico e psicológico, que é também a base dos afectos".

DN, 21/11/05