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terça-feira, novembro 22, 2005

Proximidade;Parcerias; Voluntariado


Estas são as três ideias chave para combater o problema dos idosos no nosso pais, anunciado ontem pelo nosso Presidente da Republica, Drº Jorge Sampaio.

A proximidade segundo ele: "é a base de todas as políticas sociais. Enquanto não for atingido este objectivo, "inúmeros idosos, grandes dependentes e outras pessoas carenciadas encontram-se expostas ao grave abandono."

Por seu lado, o Presidente "também quer parcerias, que devem partir das freguesias para o plano nacional para assim resolver os problemas prioritários. E destacou a subsidariedade, por entender ser necessário encontrar respostas sociais, por vezes, personalizadas. Também assentes no voluntariado. Já em conversa com Maria Helena deixaria uma crítica à sociedade "Os portugueses passam muito tempo a ver televisão... Bastava meia hora por semana..."

Todo este discurso, fez-me por breves momentos reflectir:
O Sr. Presidente visitou a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e teve a felicidade de conhecer ainda idosos activos.

Eu também converso todas as semanas com os meus avós... Vejam tenho um avô que vai completar a maravilha de 95 anos. Precisa, claro de proximidade da família, de carinho, mas ainda tem uma vida activa.

O problema são aqueles que não tem família e excluem a proximidade do estranho...ou pelo menos a proximidade não é aceite tão subitamente.

O problema reside na carência de apoios sociais concretos (apoio domiciliário, centros de convívio, lares).Todo este discurso do nosso presidente tem sentido, é obvio que tem.... Eu também acho que os portugueses vêm muita televisão! Já não acho que tenham que ser voluntários ou criar laços de proximidade com idosos que nunca conheceram ao longo da vida...

O individuo não deve substituir o papel social do estado, nem tão pouco a obrigação tanto moral como económica de olhar por indivíduos que durante uma vida, fizeram os seus descontos, para poderem ter uma velhice condigna.

Particularmente, considero que existe uma carência de valores, os portugueses são pouco voluntariosos nestas questões... mas o voluntariado, tal como o nome indica não deve ser imposto ou condicionado, deve ser dado de coração.

Para o Sr. Presidente digo: Eu não consigo trabalhar com idosos!( e admiro profundamente aqueles que são capazes de o fazer). Não que não entenda o seu sofrimento, a sua solidão. Não que não seja sensível aos seus problemas.

Também não me incluo no leque dos portugueses que vêm muita televisão, não!

Ainda, quando há falta de meios financeiros e uma "forte contenção da despesa pública", estes são recursos devem ser equacionados, mas não valorizados e colocados acima de qualquer politica e obrigatoriedade do Estado Português.