Hoje...Não Comprei o Jornal!

terça-feira, fevereiro 28, 2006

MENINOS DE AREIA!



Não foi ao acaso que transformei esta foto colorida em tons de cinzento.

Atrás de nós o mar era azul claro, calmo e tranquilo. Tudo ao redor era um paraíso.
Esta foto é um dos exemplos de muitas outras que poderiam ter sido tiradas a cada minuto.

Esta criança não é um caso isolado, faz parte de um grande conjunto de crianças que, de sol a sol, tentam vender o seu artesanato a turistas.
A idade não é factor preferencial para vender, quanto mais novas melhor... mais tocam no coração do "turista".
Á nossa frente mostram as suas habilidades e como são capazes de executar o produto que estão a vender.

Em outras partes do Brasil, das quais já tive experiência, não nos largam a pedir um simples Real. Aqui não pedem dinheiro... Tentam apenas vender o seu produto.
E se é fácil dizermos que não a um adulto, torna-se dificil negar algo a uma criança.

Todos referem que andam na escola e que apenas estão no período de férias do Carnaval, mas com toda a certeza fazem isto durante todo ano.

Quando se tornam adolescentes, ficam entregues a si próprio...
E se em Portugal isto seria considerado exploração infantil e violação dos direitos da criança, aqui é simplesmente a sobrevivência que está em causa.

O nosso abraço caloroso faz o seu rosto iluminar... como se nunca tivessem sentido o calor e o abraço materno e paterno.
Os seus olhos brilham e abraçam-nos como se este abraço fosse eterno..

Ainda os sinto!

segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Pura Liberdade


Nossa Senhora da Ajuda - Bahia - Brasil

"Aqui nesta praia onde
Não há nenhum vestígio de impureza,
Aqui onde há somente
Ondas tombando ininterruptamente
Puro espaço e lúcida unidade,
Aqui o tempo apaixonadamente
Encontra a própria liberdade."

Sophia de Mello Breyner Andreson

domingo, fevereiro 26, 2006

De volta à civilização

Comunidade Indígena Pataxó - Bahia - Brasil


Foto de Carla Ferreira

quinta-feira, fevereiro 16, 2006


Foto de Nuno Manuel Batista

Entre o céu e a terra...
Poderá haver um pôr do sol mais bonito...
Quem sabe!

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Linha.. Bingo... Nada!

Bem... depois de muitos pedidos por parte das personagens...

Hoje aqui fica a homenagem a alguns amigos!

Nesta noite as ondas estiveram calmas e o clima ameno!

As previsões de vitória no jogo não se concretizaram... mas fica para a próxima!


Hoje os astros estão alinhados e vamos ganhar! (Afinal não... colidiram?)


A união faz a força! (Nem a união!)




Hum!!! Será que posso escolher outra garrafa de vinho?


Ele (Madrid... Lisboa... Aveiro... Madrid.. Onde é que eu estou mesmo?)
Ela (Olha lá... há aí uma cama para este rapaz dormir?)


Contam-se os trocos!


Tenho a certeza que hoje vai ser uma noite muito especial!


As conversas destes tipos dão-me um sono!!!

Ok... Eu não apareço... sabem porquê?
Estava a lavar a "pilha" de pratos e copos sujos... ihihihi...
Não... só não gostei da cor do avental.. ah!ah!ah!

Desta vez não ganhámos... mas quem sabe para a próxima!

Dia de S. Valentim


Foto de Paulo Cesar

Hoje é dia de S. Valentim... Parece que é aquele dia em que o cupido anda aí feito tonto e não tem mãos a medir!
Por norma não gosto de dias festivos!
O Natal comemora-se porque nasceu Jesus... afinal todos sabemos que ele não nasceu no dia 25 de Dezembro...
A Passagem de Ano comemora-se como um marco... afinal não marca nada, apenas mais um dia.
Na Páscoa comemora-se a ressureição de Cristo... ainda não sei se acredito na ressureição!
Não vamos falar do Carnaval... por favor! Aí comemoramos o facto de sermos uma personagem diferente? Afinal... quem não o é durante quase todo o ano?

Enfim.. o Dia da Mulher... uma perfeita discriminação!
O Dia da Mãe e do Pai... não havia necessidade... se todos se lembrassem deles durante o ano.

Depois vem esta tradição do S. Valentim.... ainda bem que não comemoramos o Stº António casamenteiro... e por ai além.
A azáfama é grande... presentes ( aquelas lojas bastante "foleiras" com montes de corações), restaurantes (todos cheios e a servir pessimamente mal).
Por isso ao contrário da maioria das mulheres, hoje não comprei presente, não dediquei um belo poema, não fui jantar fora.... Tenho o ano inteiro para fazer tudo isso, com mais qualidade!

Assim, como é habito colocar aqui poemas de amor... hoje por ser dia de S. Valentim... rendo-me e também faço algo diferente;

"Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava, porque ao teu lado todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade, uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor, já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certezade que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse:
as palavras estão gastas.
Adeus. "

Eugénio de Andrade

Vamos esperar que o cupido não se entretenha e entusiasme nesta noite e amanhã se esqueça das suas obrigações!

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Porque é que o Amor é Cego?



Hoje deixo-vos aqui uma história que li e que achei bonita. O seu autor que me desculpe por não citá-lo, mas infelizmente não sei de quem é.


"Contam que, uma vez, reuniram-se os sentimentos e as qualidades dos homens, num lugar da Terra.

Quando o ABORRECIMENTO havia reclamado pela terceira vez, a LOUCURA, como sempre tão louca, propôs-lhe:
- Vamos brincar às escondidas?

A INTRIGA levantou a sobrancelha, intrigada, e a CURIOSIDADE, sem poder conter-se, perguntou: «- Escondidas? Como é isso?»

- É um jogo - explicou a LOUCURA - em que eu fecho os olhos e começo a contar de um a um milhão enquanto vocês se escondem e, quando eu tiver terminado de contar, o primeiro de vocês que eu encontrar ocupará meu lugar para continuar o jogo. O ENTUSIASMO dançou, seguido pela EUFORIA.

A ALEGRIA deu tantos saltos que acabou convencendo a DÚVIDA e até mesmo a APATIA, que nunca se interessava por nada. Mas nem todos quiseram participar: a VERDADE preferiu não se esconder; para quê, se no final todos a encontravam?

A SOBERBA opinou que era um jogo muito tonto (no fundo, o que a incomodava era que a ideia não tivesse sido dela) e a COVARDIA preferiu não se arriscar.
- Um, dois, três, quatro... - começou a contar a LOUCURA.
A primeira a esconder-se foi a PRESSA, que, como sempre, caiu atrás da primeira pedra do caminho.

A FÉ subiu ao céu e a INVEJA escondeu-se atrás da sombra do TRIUNFO, que com seu próprio esforço, tinha conseguido subir até à copa da árvore mais alta.

A GENEROSIDADE quase não se conseguia esconder, pois cada local que encontrava lhe parecia maravilhoso para algum de seus amigos - se era um lago cristalino, ideal para a BELEZA; se era a copa de uma árvore, perfeito para a TIMIDEZ; se era o voo de uma borboleta, o melhor para a VOLÚPTIA; se era uma rajada de vento, magnífico para a LIBERDADE. E assim, acabou por se esconder num raio de sol.

O EGOÍSMO, pelo contrário, encontrou um local muito bom desde o início. Ventilado, cómodo, mas apenas para ele.
A MENTIRA escondeu-se no fundo do oceano (mentira, na realidade, escondeu-se atrás do arco-íris), e a PAIXÃO e o DESEJO no centro dos vulcões.

O ESQUECIMENTO, não me recordo onde se escondeu, mas isso não é o mais importante.
Quando a LOUCURA estava lá em 999.999, o AMOR ainda não havia encontrado um local para se esconder, pois todos já estavam ocupados; até que encontrou um roseiral e, carinhosamente, decidiu esconder-se entre suas flores.
- Um milhão - contou a LOUCURA. E começou a busca.
A primeira a aparecer foi a PRESSA, apenas a três passos de uma pedra. Depois, escutou-se a FÉ discutindo com Deus, no céu, sobre Zoologia.

Sentiu-se vibrar a PAIXÃO e o DESEJO nos vulcões.
Por mero acaso, encontrou a INVEJA, e claro, pode deduzir onde estava o TRIUNFO.
Ao EGOÍSMO, não teve nem que procurá-lo: ele saiu sozinho, disparado, do seu esconderijo, que na verdade era um ninho de vespas.
De tanto caminhar, a LOUCURA sentiu sede e, ao aproximar-se de um lago, descobriu a BELEZA.
À DÚVIDA foi mais fácil ainda, pois encontrou-a sentada sobre uma cerca, sem decidir de que lado se esconder.
E assim foi encontrando a todos.

O TALENTO entre a erva fresca; a ANGÚSTIA numa cova escura; a MENTIRA atrás do arco-íris (mentira, estava no fundo do oceano); e até o ESQUECIMENTO, de quem já se tinham esquecido que estava a brincar às escondidas.

Apenas o AMOR não aparecia em nenhum local. A LOUCURA procurou atrás de cada árvore, em baixo de cada rocha do planeta e em cima das montanhas.
Quando estava a ponto de dar-se por vencida, encontrou um roseiral. Pegou uma forquilha e começou a mover os ramos, quando, no mesmo instante, se escutou um doloroso grito: os espinhos tinham ferido o AMOR nos olhos.

A LOUCURA não sabia o que fazer para se desculpar: chorou, rezou, implorou, pediu perdão e até prometeu ser a guia do AMOR para sempre.

Desde então, desde que pela primeira vez se brincou às escondidas na Terra, o AMOR é cego e a LOUCURA sempre o acompanha."


sábado, fevereiro 11, 2006

::::Fingindo::::


"Disse, fingindo, que a minha poesia
É prosa cortada aos pedaços.
E fiz o gesto do cutelo, gargalhando.
Acrescentei que tiro um verbo
Aqui, e uma preposição ali,
Para deixar o texto destrambelhado,
Inteligente. Soltando risadas alegres,
Coloco um título, e assim
É que escrevo a minha poesia.
Terminei e desliguei, pensando:
Fernando Pessoa é que sabia.
Os versos perseguem-me todo o dia -
“O poeta é um fingidor.
“Finge tão completamente…”
Procuro este caderno âncora
Onde deposito desabafos incoerentes,
Que finjo serem fingidos, e são,
Pois não desvendam nem espelham
A infinitésima parte do furacão
Que me percorre, abala e arrasa,
E verto em homeopáticas doses
Nestes poemas delicados, polidos,
Dilacerados nos cortes que faço,
Rindo, sorrindo, fingindo
Que finjo..."

Ilona Bastos

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Centros de RVCC para Deficientes


"A secretária de Estado adjunta e da Reabilitação anunciou ontem que vai ser celebrado, em breve, o protocolo para criar o primeiro centro de reconhecimento, verificação e certificação de competências para as pessoas com deficiência.

Em declarações aos jornalistas em Coimbra, Idália Moniz revelou que o protocolo vai ser firmado "nas próximas semanas" com a Casa Pia de Lisboa e que se destina a cegos, surdos e cegos-surdos.

A medida insere-se no I Plano de Acção para a Integração das Pessoas com Deficiências ou Incapacidade, que se encontra em discussão pública e se destina a vigorar nos próximos três anos.

Na semana passada, o governo apresentou 15 medidas do plano, uma das quais prevê a criação, a nível nacional, de seis centros de reconhecimento, verificação e certificação de competências para a formação de adultos com deficiências ou incapacidade."

Jornal de Notícias, 09/02/06

SABEDORIA:::::


Foto de Rui Gouveia

"Pensar, ainda assim, é agir. Só no devaneio absoluto, onde nada de activo intervém, onde por fim até a nossa consciência de nós mesmos se atola num lodo - só aí, nesse morno e húmido não-ser, a abdicação da acção competentemente se atinge. Não querer compreender, não analisar... Ver-se como à natureza; olhar para as suas impressões como para um campo - a sabedoria é isto."

Fernando Pessoa, in 'Livro do Desassossego'

FRASE DO DIA

"O ministro Alberto Costa era, pelos vistos, o único português que desconhecia que o sistema judicial sempre se foi mantendo de pé, bem ou mal, à custa da 'carolice' de magistrados e funcionários"

Manuel António Pina, "Jornal de Notícias", 08-02-2006

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Sorriso vs IRS


Foto de Come as you are

Sorriso de quem ainda não paga IRS... Foi assim que o seu autor identificou esta foto.

Achei espantoso!

Realmente sempre que faço a minha dedução de IRS não consigo expressar tamanho sorriso!

Por isso aqui ficam estes sorrisos inocentes!





segunda-feira, fevereiro 06, 2006



Temos dentro de nós muito mais do que aquilo que sabemos e sentimos.

Somos muito maiores do que aquilo que muitas vezes apresentamos.

Temos muito mais força, do que aquela que medimos.

Construímos muito mais sonhos, do que aqueles que conseguimos edificar.

Mas no fundo, só é perdedor aquele que não se predispõe a lutar!

Foto de Claúdia F.

domingo, fevereiro 05, 2006

Nos teus olhos vejo...???


Foto de Bart

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

"MEU ABRIGO"


"Olha pra mim
Deixa voar os sonhos
Deixa acalmar a tormenta
Senta-te um pouco aí
Olha pra mim
Fica no meu abrigo
Dorme no meu abraço
E conta comigo
Que eu estarei aqui
Enquanto anoitece
Enquanto escurece
E os brilhos do mundo
Cintilam em nós
Enquanto tu sentes
Que se quebrou tudo
Eu estarei
Sempre que te sentires só
Olha pra mim
Hoje não há batalhas
Hoje não há tristeza
Deixa sair o sol
Olha pra mim
Fica no meu abrigo
Perde-te nos teus sonhos
E conta comigo"

Mafalda Veiga


Foto de Ivaldo Cavalcante

Até onde vão os nossos sonhos?